terça-feira, 29 de janeiro de 2013

#3 Diário de bordo de Tassiá: onde tuuudo pode acontecer....

Pra quem não entendeu a referência Cultura, anos 90 (Lucas Silva e Silva no Mundo da Lua): dommage, mas veja aqui. Começarei agora mais uma série, além da #vida cotidiana, que você já conhece muito bem. Essa será mais estilo confissões de adolescente, mas também sem uma frequência definida.

Vida "no estrangeiro": quando você começa a esquecer o português

=( É com triste pesar que constato que, após estudar super fucking hard para falar e escrever em francês tão bem quanto eu gosto de falar e escrever no meu querido português, o feitiço me pregou uma peça e eu agora vejo meu linguajar ganhar palavras afrancesadas e terríveis erros de ortografia quando escrevo. Oh, quem poderá me ajudar?!


Eu sempre gostei muito de ler, desde pequena; também era a cdf da aula de português e literatura. Trabalhei num blog super bacana, o Gizmodo, e me senti mega orgulhosa da minha inserção jornalística, já que eu podia gastar todo o meu vocabulário fazendo algo que eu amo (essa é também uma das razões para eu ter criado este blog).

Então eu vim para cá e me sentia patinando no gelo na hora de falar com os nativos. Coisa mais fácil é aprender a pedir pão na padaria, mandar as crianças tomarem banho, pedir e dar informações, mas e para expressar uma opinião num jantar/evento/reunião? Conversar sobre política, sobre uma notícia, ou até mesmo explicar seu ponto de vista brasileiro sobre n'importe quoi. Aí tem que rebolar meu nego!
Foi quando resolvi que eu ia fazer esse idioma grudar na minha cabeça (pois ele já estava no meu coração) e que um dia eu ia poder falar tudo o que eu quiser, me expressar lindamente e utilizar palavras melhores que muito francês. Tá, meio megalomaníaco, mas eu realmente gosto (não me julgue!). Enfim, me dediquei, li, ouvi música, notícias e falei muito. Pratiquei redação, me desdobrei e agora tadaaaaaaamm I got it. O preço foi que meu português deu uma sentida. =/


Outro dia escrevi "dansar" ao invés de "dançar", porque em francês é "danse", mas felizmente meus olhos sentiram algo errado na palavra e pude corrigir a tempo. Toda vez que escrevo "e", eu escrevo "et" e deleto o "t" e isso é só o começo. Sempre que alguém me pergunta "por que" eu respondo "parce que" e continuo em português. Já disse que fui num concerto ao invés de show;, que precisava comprar meus bilhetes de avião quando normalmente eu usaria passagens; até um "eu não arrivei" um dia rolou, mas eu tava muito cansada (tentando me defender!)... tá, essas últimas não são frequentes, mas eu sinto, escrevendo aqui, que tenho que pensar mais em português do que antes (santo corretor ortográfico, olhai por nós!).

Será que meu cérebro está usando agora o espaço da minha língua mãe para ser "remplacê" pelo francês? =O

Quando eu fui para a Inglaterra, tive a mesma dificuldade em expressar meus pensamentos e logo vi que ia precisar me aprofundar muito mais nessa damn language. Mas aí imagina a lambança? #medo.

Isso é mais uma vez só um desabafo. Será que isso acontece só comigo? (só aceito respostas solidárias  :P)

4 comentários:

  1. hahahahaha Isso acontece comigo também!!! Também ja escrevi "dansa'' e escrevo bastante "et'' ao invés de "e". Quando quero escrever um, escreveo "un" ... Enfim, essa troca de palavras faz parte porque você pensa na maior parte do tempo em francês, é so você voltar a converas em português que as coisas, quero dizer, as palavras, vão se ajeitar.
    Espero ter sido solidaria! rs
    Bjs

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  2. E hoje minha mãe ficou rindo da minha cara porque eu dizia que "fazia atenção" e não que "prestava atenção", como diríamos em português. Ou então quando eu disse que as crianças "se lavavam" e não "tomavam banho"...
    É a dura realidade da vida... A gente pensa tanto e o tempo todo em português que às vezes até expressões daqui eu acabo traduzindo, mesmo que seja algo que não faça nenhum sentido em português haha lol

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    1. hahahaha pois é. Eu não sei mais falar nenhum idioma! =P

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