segunda-feira, 14 de maio de 2012

Como se tornar au pair na França - parte 2/3

Depois de muito falar na primeira parte, bebi dois copos de água e já posso continuar. ;)


5) BATE-BOLA
- Que idade eu preciso ter? De 18 a 26 anos. Eu me inscrevi quase no limite haha, mas sinceramente, acho que a experiência traz uma serenidade necessária para cuidar de crianças. Enfim, poético pelo menos... tipo frase de miss ;P.
- Preciso saber falar francês? Bien sûr, mademoiselle! Como você acha que vai falar com as criancinhas? Não só por causa delas, mas pensa em como deve ser desesperador não poder se comunicar? Mesmo que você fale inglês, as crianças não falam. Qual nível você precisa? Intermediário.
- Aceitam au pair homem? Algumas famílias aceitam, outras até preferem (quando tem muitos meninos, por exemplo), mas a maioria é mulher.
- Preciso saber dirigir? Não é obrigatório, mas AJUDA MUITO a encontrar família logo. Eu dirijo aqui. Vale lembrar que criança é coisa séria e é melhor ser sincero sobre sua destreza habilitacional ou então invista numas aulinhas extras avant venir.
- Posso dirigir na França? Sim! Tire a CNH internacional e pronto. Não tem teste, é só pagar... mas é o preço é salgadinho...
- Sou obrigado a fazer curso de francês? Sim, até mesmo para conseguir tirar o visto, você tem que estar matriculado (antes mesmo de embarcar) numa escola de francês, com no mínimo 10h semanais de curso. Outra coisa: nos EUA e em outros países, a família paga seu curso e seu transporte para a escola; em outros casos ela pode dividir com você; mas na França, a despesa é sua.
- Qual o melhor momento para se inscrever no programa? Entre julho e agosto porque o ano escolar deles começa em setembro e acaba em junho e, assim, você terá mais oferta de trabalho. Mesmo assim, quanto antes, melhor. Eu mesma fui fora do padrão e me inscrevi em setembro para ir em janeiro. Deu certo ^^.
- O dinheiro que vou receber dá para me manter? Sim. Você não vai gastar com moradia, nem com alimentação. O "salário" (argent de poche) é pouco, é apertado, mas eu consigo viajar, comprar e sair, sem esbanjar, claro.

6) QUAIS SÃO OS DIREITOS E DEVERES DA AU PAIR?
Vale dizer que estes são os direitos básicos, eles variam de família para família e muito provavelmente você terá mais benefícios do que isso, o que não pode é ter menos. Sacou? =)


* Você tem direito a um quarto individual, não precisa dividir com ninguém. Ufa! Mas o banheiro nem sempre é só seu. Eu mesma divido com os pequenos, mas isso não é mesmo um problema para mim (ainda faço um post só sobre esse assunto: a casa francesa).
* L'argent de poche (a mesada) é de, no mínimo 80 euros por semana. A família pode até te dar mais, mas tipo... NENHUMA oferece mais que isso, então desconfie se a esmola for alta.
* Benefício extra: em Yvelines, as jeunes filles au pairs recebem também o Pass Navigo (que dá direito a ir para Paris quantas vezes quiser, ilimitado. É uma SUPER ajuda, se não seria muito caro!). Em alguns outros lugares a família dá um tipo de Pass TGV (que ajuda também a viajar para alguns outros países, mas depende).
* Pensão completa: você tem direito a pelo menos 3 refeições por dia na casa da família, mesmo nos dias de folga e férias.
* Você trabalha até 30 horas por semana e não pode ser mais que 5h por dia (isso é lindo!). Mais que isso, tem que ser acordado e adicionado extra.
* A família tem direito a 1 ou 2 baby sittings por semana. Eu mesma, faço bem de vez em quando.
* Fora os horários de aula, você tem direito a 1 ou 2 dias de folga semanais (não necessariamente o fds, mas pelo menos 1 domingo por mês). No meu caso, tenho sempre os finais de semana livre, como a maioria das au pairs européias! =D
* Você tem direito a 1 semana de férias pagas a cada 6 meses. Em 3 meses, eu já tive 3 semanas. =P
* Você pode ser solicitado a ajudar em trabalhos ménagers leves: passar a roupas das crianças, arrumar o quarto delas, preparar o lanche da escola, preparar o jantar das crianças às vezes, coisas assim, sabe? É tranquilo.
* A família vai pagar os impostos para você ter um seguro social. Significa que você vai poder ir ao médico e ser reembolsado da consulta depois. É bem prático.

7) A FAMÍLIA
Bom, pode-se dizer que eu tive sorte, pois fechei já com a primeira família que me procurou.
No programa francês, quando você recebe uma proposta, tem logo que decidir "sim ou não" para a família e, só em caso negativo que você recebe uma nova proposta. Por isso, é bom pensar bem e ter muita calma.


Fiquei toda feliz quando recebi um e-mail com a cartinha da família e as fotos. Usei o google loucamente para saber todas as informações possíveis da cidade antes de me decidir. Foi mágico: a cidade era pertinho de Paris e ainda morando ao lado de um castelo! Adorei de cara. A única coisa diferente é que a mãe é portuguesa e fiquei com medo de ter falar só em português e não aprender muito francês, por consequência. Mas depois de conversas pelo skype, em francês e português, conheci os pequenos (me apaixonei rapidamente por eles: "você sabe jogar futebol?" - perguntou o menino certa vez ahaha), tirei minhas dúvidas e descobri que era mais para eu ajudar nos deveres da escola portuguesa (eles fazem 2 escolas). Mesmo assim, ainda mandei uma lista enorme de perguntas, pois é melhor perguntar tudo enquanto está em casa no Brasil, do que ser surpreendida num país que não é o seu. #FATO. Perguntei até se eu teria que comprar meus produtos pessoais tipo xampú e tudo mais (porque já li que tem au pair nos EUA que compra o próprio papel higiênico!!) e eles disseram que isso era por conta deles. ^^

8) AU PAIR NA EUROPA
Taí uma coisa bem diferente do programa nos EUA, onde muitas meninas reclamam de serem vistas como "mão de obra barata".
Na Europa (ou pelo menos na França), au pairs também são mais baratas, dependendo do caso, mas só famílias com $$ contratam. Somos vistas como uma forma de "agregar cultura" às crianças, como um novo idioma ou aprimoramento, novas brincadeiras e visão de vida, enfim... é algo "luxe"


9) D'ACCORD, POR ONDE EU COMEÇO?
Fora decidir se vem por agência ou não e ter os requisitos básicos, para conseguir realmente vir, você precisa (sim, é obrigatório) ter um perfil no Campus France. Esta organização está diretamente ligada ao Consulado Francês, é super prática e facilita bastante o processo, por ser uma parte online (apesar do site não funcionar assim tão lindamente).

Leia super atenciosamente todas as explicações do site. Eles seguem exatamente à risca tudo o que estiver lá. Este já será seu primeiro contato com a cultura francesa (ou seja, nada de jeitinho brasileiro). Por outro lado, eles respondem muito rapidamente à todas as perguntas que você envia por e-mail. Mas seja inteligente, vasculhe o site antes para ver se a resposta já não está lá, ou corre o risco de levar um puxão de orelha! Sério.


O próximo post da série será todo dedicado à parte burocrática, ça va? ;*

5 comentários:

  1. Oie! Achei seu blog na internet, adorei suas histórias :) Queria saber se o e-mail chegou do nada, tipo apareceu na sua caixa de entrada? Ficar sem noticas e quando vai aparecer uma família está me dando agonia (tb estou tentando o programa)!
    Obrigada!

    Ana :)

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    1. Sim, flor.. chegou do nada hahaha mas foi 1 mes depois que deixei toda a documentação na agência. Boa sorte! =)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Tassia, boa noite.

    Você tem um email para conversarmos?

    Obrigada.

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